As fortes chuvas que caíram sobre Minas Gerais nos últimos dias trouxeram à tona um grave problema: o alto déficit habitacional que ainda perdura no Brasil.

É uma questão que fica camuflada durante uma parte do ano. Não deixa de existir, mas não ocupa o noticiário durante os meses de seca.

Nesta época, no entanto, a questão volta à tona. Nenhum dos problemas trazidos pelo volume anormal de chuva é tão grave como o desmoronamento de moradias construídas em áreas de risco.

Entre as pessoas que morreram em Minas Gerais neste ano, quase 80% foram vítimas de soterramentos, desmoronamentos ou desabamentos.

Ninguém vai morar em beiras de rio ou encostas porque quer. É a falta de opção que leva várias famílias a construírem nesses locais.

E a situação tem se complicado.

A redução do crédito para financiamento de imóveis, o desemprego em alta e a queda na renda das famílias tornaram o sonho da casa própria ainda mais distante para milhares de brasileiros. O déficit habitacional, que já era elevado, aumentou em mais de 220 mil imóveis entre 2015 e 2017, batendo recorde.

Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas apontou que o déficit de moradias atingiu 7,78 milhões de unidades habitacionais em 2017.

Programas como Minha Casa, Minha Vida, que inclusive está sendo reformulado, devem ser priorizados, sem dúvida.

É uma obrigação de todos nós trabalhar a favor de iniciativas que resolvam o problema de moradia, para que não precisemos mais contabilizar as vítimas fatais todos os anos.